TARDE AZUL

Tarde morna e azul, quão bom cafuné sonolento.

Acaricio com verdes olhos as distâncias além.

Detrás da serra encerra a curva fresca do vento.

Calado calo, suspiro, os segredos que me contém.

Destravo incontido, por puro sentir descauteloso,

Um sombrio brilho de pertencimento integrado

Onde do alpendre - mirante - viso vislumbroso,

À terra que nasci, criei, aonde a ela serei levado.

Passa o dia passa a noite, passa o sol e a bela lua,

Só não passa a vontade vã de ser no eterno agora,

Não dual, plenamente colimado, quiça a mente nua,

Terra frondosa e ampla que nos possui: doce aurora.

A exteligência da terra se conecta com minha inteligência,

Ambas nutrem a matéria viva que na mente, sente, vida.

Acelera o coração no afã de cultivar a dura paciência

E acalentar o seguir sem endeusar, a luz que me convida.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 14/11/2021
Reeditado em 28/11/2021
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