Olho

O olho na espreita,

Quer te incriminar,

Regula a aparência,

Teu jeito,

E o teu andar.

É a medida da balança,

Querendo te enquadrar,

É moral,

É retidão,

Pelos seus passos,

Nunca dados,

Te obriga a caminhar.

Não te pergunta se é feliz do jeito que é,

Da tua vida desconhece,

Mas mete a colher,

Vive em um mundo de ilusão,

Duvida da fé,

Modelo de intolerância,

Que mantem-se em pé.

A fala mansa é artimanha,

Para falar o que quer,

E o seu jeito delicado,

Mascara quem é,

Uma vida que é perfeita,

É igual maré,

Esconde um fundo obscuro,

Onde a luz não chega,

Sua santa sé.

A vida não importa,

Para o que ela pensa,

Sempre fez as coisas,

Busca recompensas,

Nos padrões se encaixa,

De vida perfeita,

E regula o fogo,

Arde,

Inflama e queima.

Nascemos em um mundo pagão,

O medo é criado,

Só há salvação,

Se paga o pecado,

Da religião.

Vivemos em contradição,

Oprime o desejo,

Esconde as fraquezas,

Não é porta retrato,

Se enquadra ou não.

O começo do fim,

Histórias,

Memórias,

E a tua lente,

Não serve pra mim.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 09/11/2021
Código do texto: T7382018
Classificação de conteúdo: seguro