DESILUSÃO

Inválido... imperfeito...

Construído do nada – surgido do defeito...

Quem dera fosse apenas mais um passageiro

Um estrangeiro sem fixar morada

Talvez um vento, intempestuoso

Ou uma brisa rápida... um vulto tenebroso e rápido,

Mas sua estadia é longa, infinda jornada...

Quem dera já tivesse ido embora

Ou naquela hora, não tivesse fincado estaca

Não tivesse armado a lona...

Não tivesse vestido a máscara...

Se nunca tivesse entrado em meio cena

E não roubasse o diálogo, o riso a razão...

O brilho seria outro, com certeza

E certamente não seria essa tortura obscena...

Se tivesse tido ao menos a nobreza

De não perdurar, de se retirar e ir-se embora

Talvez agora, o velho coração não amargasse

A dor da perda... A angústia escancarada na vivência

Se esse amor não tivesse tanta insistência

A vida; velha inimiga passageira

Em paz... com mais tranquilidade se acabasse...

Ederval Magalhães – 08/11/2021

Eder Mag
Enviado por Eder Mag em 08/11/2021
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