Alzheimer

Os anos passam depressa,

De tão depressa nem sinto,

Proponho à idade um jogo,

A ponho em um labirinto.

As linhas serão cortada,

De sacrifício: os ímpios,

De Minotauro há manada,

Em cada curva há perigo.

Um retrocesso no tempo,

Cronos anda dormindo,

Caminho junto ao sol,

Sombras me vão reduzindo.

A inocência me invada,

Brinco à beira de abismos,

Os pés descalços me guiam,

Certeza perante o limbo.

Eu, o senhor do meu tempo,

Lembranças andam fugindo,

Brinco em meio a carniças,

Esqueço o que estou sentindo.

Vítima de uma vingança,

Cronos um deus vingativo,

Pensei viver na esperança,

Do tempo, andei fugindo.

Retrocedi à criança,

Esqueço que ainda estou vivo,

Não tenho mais confiança,

Os anos vão regredindo.

A Alemanha invade,

Um pai se torna o filho,

Hoje sou Button às avessas,

Velho, retornando ao ninho.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 03/11/2021
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