Alzheimer
Os anos passam depressa,
De tão depressa nem sinto,
Proponho à idade um jogo,
A ponho em um labirinto.
As linhas serão cortada,
De sacrifício: os ímpios,
De Minotauro há manada,
Em cada curva há perigo.
Um retrocesso no tempo,
Cronos anda dormindo,
Caminho junto ao sol,
Sombras me vão reduzindo.
A inocência me invada,
Brinco à beira de abismos,
Os pés descalços me guiam,
Certeza perante o limbo.
Eu, o senhor do meu tempo,
Lembranças andam fugindo,
Brinco em meio a carniças,
Esqueço o que estou sentindo.
Vítima de uma vingança,
Cronos um deus vingativo,
Pensei viver na esperança,
Do tempo, andei fugindo.
Retrocedi à criança,
Esqueço que ainda estou vivo,
Não tenho mais confiança,
Os anos vão regredindo.
A Alemanha invade,
Um pai se torna o filho,
Hoje sou Button às avessas,
Velho, retornando ao ninho.