A falta da rima que entristece o poeta...
Ah é a rima que ele não encontra
Embora a prescrute de ponta a ponta
É aquela rima que vai deixá-lo feliz
Aquela que não foi embora, mas por um triz
A rima que tira dele o sono da madrugada
Porque é a rima da mulher amada
E a busca nos recônditos do coração
Para que de sua pena se escreva uma doce ilusão
Ilusão que ele tanto procura no amor
Até nos estudos de como nasce uma flor
E nela o beija-flor vem tirar o doce perfume
Para oferecer à outra flor, como de costume
A rima que o poeta tanto deseja
E o que ele mais almeja
É que o amor que sente em sua vida
Não seja nunca apagado e ela esquecida
E ele entra então em um mudo irreal
Onde o que faz sentido é o supernatural
Nada que signifique a esfera normal
Do ser que nasceu para ser imortal
Este é o verdadeiro "poeta", o qual estou longe de ser!
(Paulo Eduardo)