O PALPITAR DO MEU CORAÇÃO
Bate meu coração, bate devagarinho,
Quero ouvir o teu bater mui baixinho,
Como o palpitar duma ave ao pousar
No ramo duma árvore, ao se balançar
Enquanto bateres mantenho ilusões,
Nas noites longas, até ao sol nascer,
Com sonhos absurdos, tão penosos,
Como dores fortes nos meus ossos.
Sonho atrás de sonho, numa disputa
De imagens virtuais de maus sinais,
Que se guerreiam numa cruel luta,
Para vencerem a noite cheia de ais.
Dou voltas ao meu corpo as vezes
Que o sonho reclama, má posição
Me deixa exausto, até amanhecer,
Sonhos que recordo de estarrecer.
Sāo sonhos que não quero recordar,
Por serem violentos, tão agressivos,
Que tenho de usar meios aguerridos,
Até os inimigos ser possível liquidar.
Ruy Serrano - 31.10.2021