Pedras e espinhos

Continua sendo intolerável viver.

Não entendo por que se comemora tanto o nascer.

Nasce-se e começa-se a morrer.

Que graça há nisso?

E se fala em esperança...

Que ironia.

Toda noite sucede o dia...

Luzes... depois sombras.

Momentos de paz, sim...

Mas há tantos mais de agonia.

Somos solitários...

Embora as pessoas se iludam que o estar rodeadas de gente é estar em companhia.

Seguimos na nossa tristeza.

Colocamos máscaras.

Não nos desvendamos totalmente...

Expomos só o que nos convém.

Escondemos o que aos outros mostra que não estamos bem.

Envolvidos em trapos...

Farrapos...

Há sempre algo de demente no viver.

Dormir e acordar.

Tudo é uma luta inútil.

Tudo tanto faz.

E eu?

Bem, eu sigo triste e amargurado...

Descalço, por este mundo de pedras e espinhos pra todo lado

Rosangela Calza
Enviado por Rosangela Calza em 27/10/2021
Reeditado em 27/10/2021
Código do texto: T7372492
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