Inveja
Inveja, posto que lento, afeta,
Quase nada, mas rasura inimiga.
Desconforto, inscrita na meta,
Pela guerra, é a deusa da intriga.
Para os males, é só um passo,
Tendo fatos, adulando a morte.
Contraste, seu acerto no laço,
Sem preciso, amparos da sorte.
Seu olhar, horrendo, castiga,
Igual um castelo, carcomido.
Na postura, imagem, fadiga,
O selo, por alguém possuído.
Ódios, desânimos, de tédios,
Para ela, é um santo grito.
Embora prescritos remédios,
Ao forte, na fé de espírito.
No fraco, instante, nasce,
Ao pesado sono da razão.
Içada, então ganha pace,
aceita, reedita o coração.
Cegos, os olhos nada vê,
Indiferenças, ser natural.
Inexiste quês, e porquês,
É rédeas que guia o mal.
Diversos, se portam tolos,
Caindo, por tê-la, à frente.
Misturas e mesmos bolos,
Dando vazão ao aparente.
Mostra-se, visivelmente,
Quer possuir, mas não tem.
Faz-se pena de inocente,
Lamúrias por ser ninguém.
O mal, reclama, idolatrado,
No riso, visto, claro, aberto.
Local, entorno, e carregado,
No silêncio aliado, de perto.
Que adiantam estrelas,
Manhãs falando auroras,
Tendo não pode vê-las,
Pessoa, que ela explora?
Para que serve de energia,
com cantigas nas rodas,
Quando se clareia na folia,
Aceita, edita as modas?
Para que a tarde, então,
Se a noite, inveja seu dia,
Cobre auras da emoção,
Nubla as asas da alegria?
Faz-se do óbvio, indeciso,
Do canto em desafinação.
Forma sem graça, sorriso,
Ignora o legado da razão.
Faz da ponte, armadilhas,
Para horrores, sustentação.
Da tristeza que palmilhas,
Politiza a saga da cassação.
Faz da vida, vasto tropeço,
Espera dos tempos, empecilhos.
Seu topo, mora no avesso,
Derrota, é caminhos nos trilhos.
A esperança, causa que apossa,
Do bem, abrigo, aporto, encosto.
Força, mágica, no passo acossa,
À conquista, ao de força, aposto.
A Paz, paciente, tem as palmas,
recuperando, sabendo, talvez.
Põe graça de ânimo, nas almas,
De ida, não chegou a sua vez.
É de real, o anticorpo,
A defesa do organismo.
Faz por certo, o torto,
Quem cativa otimismo.
Possível, trocar de times,
Quem madura, o escuro.
Basta seguirem regimes,
De bom limite no prumo.
Quem a luz, acende,
Recuar não é o forte.
É a dádiva nascente,
Não atiça em morte.
Há de sentir, o gosto,
Da manhã, sorrindo.
Bate-lhe sol no rosto,
Avisa: És bem-vindo.
Há de abraçar a vida,
No ângulo da doçura, terna,
À seta, serás definida,
Com vitória, de luz fraterna.
Consegue, quem se olha de frente,
Procurando apoio que tem do seu lado.
Tem medalha de bom combatente,
Ganho, por vencer, o tropeço ignorado.