A Matriarca

Caminho tecendo um fio de seda

Como me foi supremamente ordenado

O tecido do tempo, compondo,

De trás para frente, aplicado

Olho ali alguém que já muito isso fez

Seu fio, muito mais longo que o meu

Dada à atividades, essa senhora!

Dona de si, cuidadora dos seus

Mas não mais

Está, agora, repousando na teia de outros

Resignado descanso!

O espaço, dividido no asilo

O espírito, forçosamente, manso

São traiçoeiros, por vezes, os passos

Força costuma falhar

A vista, preguiçosa é faltosa

Apaixonou-se pela gravidade o corpo

Passadas décadas de galanteio, cedeu

O espírito, no entanto,

À suavidade se deu

Mas a jovem assim não quis!

Compulsoriamente, realocada para um modesto canto

Frutos para a grande família não mais prepara

Estranha o novo solo as raízes da grande árvore

Que, de outra forma, enfeiaria do jardim a entrada

Parece que deixou de ser a matriarca!

Mas só parece

Moça de fio forte e comprido

Olhe para trás, e admire-se!

Seu fio agora é de ouro

Não obstante,

Esperançosa, aguarda

Teimosa, de olhos brilhantes

Príncipes encantados

Mas não escondida

nem adormecida

Não!

Ela não está escondida

E nós sabemos...