Explicação para mim mesma
As vezes a alma sai do corpo e enpacota caixas pesadas de pensamentos inacabados, de histórias nunca vividas, de beijos nunca sentidos, de abraços folgados, de brigas mão a mão, ando sempre acompanhada dos pensamentos inconstantes, repletos de desamor, que desafiam a pureza da igualdade, que desacredita no amor e sua verdade, desmentindo o que sai da boca, ando colecionado imagens na memória RAM da minha cabeça, colo no mural de pensamentos e as guardo como faço com todas, anseio pelo afeto e pelo abraço quente, mas prefiro viver a espera do que falar o que penso, não falo para não abrir as portas do desassossego, ser exposta como venda, que me livre eu de mim mesma, que ajuste e fiscalize as palavras para não ser folheada como um livro a ser lido por pessoas cúmplices delas mesmas.