Mar
O mar que ao homem consome,
Dorme.
Tranquilo e calmo,
A luz da lua,
O serve de abajur.
Velado pelas estrelas,
Que com ternura,
Espiam lá do céu,
Seu adormecer.
Barcos deslizam leves,
Suaves,
Como plainassem sobre as águas,
Buscando não emitir sons,
Para não agredir,
E não despertá-lo.
Onde tudo é escuro,
Corpos celestes brincam.
Assim como Narciso,
Se perdem contemplando sua imagem,
Em um refletivo platô de águas.
Cometas correm tentando serem mais rápidos que o próprio pensamento,
Riscam o espaço celeste,
Observando seus traços,
Desenhados na Imensidão do mar,
Correm e a favor do vento.
O sol repousa por instantes,
Recarrega suas energias em outros cantos,
Além do horizonte.
Dorme de um lado,
Desperta de outro.
Ou há vários sóis?
Cada um nasce no leste,
Morre no oeste,
Para outro vir a vida?.
E entre a morte e o ressurgimento,
Há o luto da noite.
Noites que o mar sonha,
Vezes tem pesadelos,
E Posseidon esconde seus segredos,
Mar de Mistérios,
Mar de segredos,
Dias de glórias,
E desespero,
Mar é amor,
Mar é desejo.
Dorme mar,
Que daqui eu te contemplo,
Te vejo.