Janela inacabada
Em seus olhos revejo a vida até onde a vista alcança. Mesmo parecendo letárgica transpassa ,transborda, transfere.
Em um tempo presente que já existe em um passado latente reflete minha lembrança, de maneira recente.
Difunde sua luz, irradia minha morada, repara minha angústia,resguarda meu desassossego o transformando em sossego.
Anuncia a passagem do tempo, do vento, da vida, com uma certa dose de poesia e melancolia, relembro no relento.
Meus passos difundidos a outros passos em uma paisagem distante, que espelha marcas desenhadas pela clareira da clareza e com um pouco de incerteza.
Pela janela a fenda a qual existo, em alguns instantes , percebo as grades que encarcera-me e em outros vejo as que se quebraram.
E no amanhecer percebo que ainda falta, e sinto falta de paisagens , de caminhos, e principalmente de amigos, que deixaram suas janelas mas que ficarão guardados na janela da alma.