ACABEI COM A FESTA

ACABEI COM A FESTA

Carlos Roberto Martins de Souza

Ontem a noite eu estava aqui deitado

Para aquele meu descanso merecido.

Quando um pernilongo, abestalhado,

Solitário ele veio zunir no meu ouvido.

Tirando rasante e sem ter boa intenção,

Divertindo ele pensando que era festa,

Corajoso mesmo sem minha permissão,

Tranquilamente pousou na minha testa.

Quer ver o pernilongo fazer a serenata

Não precisa fazer esforço sobrenatural

Basta a luz apagada é aquela sonata

Não existe na natureza nem som igual

Como um instrumentista solo excelente

Aquele miserável mosquito tocava violino

Apaixonado pela música um indecente

Sofro muito com este meu nobre inquilino

O curioso é que o dia desperta ele some

Feito vento no tempo que não vê passar

Aquelr torturador a noite volta com fome

Para infernizar o sono e outra vez batucar

Nervoso e aborrecido, eu pensei comigo

Vou pregar uma peça ele vai se lascar

Eu não perdôo esse meu maldito inimigo

Chegou a hora dele agora vai me pagar!

Eu lamento mas esse pernilongo louco

Que veio aqui só para me incomodar

Saiba ele o meu sangue que já é pouco

Com certeza ele nunca mais há de sugar!

Um tapa na orelha resolveu o problema

Eu cometi um assassinato ecológico

Matei quem me matava e fiz um poema

Fiz somente o que para mim era logico

Carlos RMS
Enviado por Carlos RMS em 24/09/2021
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