Eu choro o choro

Eu choro todo choro,

independente de qual for,

seja ele de alegria,

seja ele de dor.

Eu choro o choro da mãe,

que perdeu seu filho,

uma ferida incurável,

que apagou o seu brilho.

Eu choro o choro do pai,

desempregado no Brasil,

que não tem nenhum centavo,

que da vida desistiu.

Eu choro o choro do favelado,

nas "perifas" norte a sul,

que vive no "busão" lotado,

sem poder ver o céu azul.

Eu choro o choro do oprimido

e compreendo sua dor,

pois se sente esquecido,

solitário e sem amor.

Eu choro o choro do drogado,

que se sente sem saída,

sem apoio, sem amparo,

sem ninguém lhe dar guarida.

Eu choro o choro social,

da nossa complexidade,

uma terra abençoada,

assaltada sem piedade.

Eu choro o choro da menina,

violada brutalmente,

que só pensa em morrer,

isso não sai da sua mente.

Eu choro o choro da revolta,

com pessoas insensíveis,

as quais tem todas as respostas

e levantam seus narizes.

Mas não deixo de chorar,

também o choro da esperança,

de que essa história vai mudar,

que vou sorrir igual criança.

E aí, então, vou celebrar,

deixar pra traz todo desgosto,

chorar o choro da alegria,

porque o inverno acaba em agosto.

Nicollas Madeira
Enviado por Nicollas Madeira em 23/09/2021
Código do texto: T7349071
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