Como árvore de Cecília Meireles
A forma harmônica e vital da natureza
É fonte de aprendizados e inspiração.
Seus ciclos e a generosidade das árvores
Se refletem no ser vivo e na sua interação.
A imagem da face se perde nos espelhos.
Há uma distância entre a fala e o que se faz.
O ontem e o amanhã são inalcançáveis.
Tudo o que é efêmero sempre se desfaz.
Desprendimento daquilo que nos prende,
Inexistem respostas ao vento passageiro.
Pensamentos são ondas no tempo atemporal
E a vida é ilimitada, há que se viver por inteiro.
A vida não nos designa caminhos fáceis,
Usufruir da liberdade para o coração voar.
É na contemplação da simplicidade dos gestos
Que há o desejo de se aproximar e pousar.
Desacomodar-se, o movimento é vital,
Para o momento, inexistem explicações,
Nem para a beleza e o perfume das rosas.
É preciso render-se ao ciclo das estações.
Carece humildade para pedir perdão
e para perdoar nossas fases de bolha.
Pois como Cecília: “O vento é o mesmo,
mas sua resposta é diferente em cada folha”.
“Nunca tive os olhos tão claros
e o sorriso em tanta loucura
Sinto-me igual as árvores:
solitária, perfeita e pura.”
@janaina.belle