Mulher sinfônica
Perambulava por acordes menores
Ricocheteava nos tímpanos e trombones
Nem de afetos, nem de teorias
Não era das melhores sinfonias.
Só não sabia que era oitava acima
Era violino, flauta, era sopranino
Era do sol maior pra lá
Da sensível à tônica, do adagio ao allegreto
Era festa em cada passo
Era fusa, confusa, semifusa
Não era pausa, nem andante era
Era Paganini, não Tchaikowsky.
Delegou aos baixos sua regência surda
Aos médios sua delicadeza
Foi compor agudezas e tons maiores
Foi viver, acima de tudo, na sua oitava.