É só saudade.

Como poderia me esquecer?

Que saudade estava dela.

Do seu brilho, sua gente,

minha vila, minha favela.

Saudade do jeitinho que ela é,

com seus morros, becos e vielas,

com as crianças enchendo as ruas,

como se fossem, todas, delas.

Saudade do futebol com os camaradas,

logo cedo, no "condô".

Valendo dois "Dolly", bem geladas,

coroação do vencedor

Saudade de sentar na rua e ali ficar,

de dar risada com os "irmão"

Dentinho, Junior, Vinícius, Fernando e Márcio,

Denis, Ricardo, Jura, Vitinho e "Zoião".

Tinha também os parceiros um pouco mais velhos,

Suziel, Elton e Henrique.

Rapaziada tocava um bom samba,

pandeiro, cavaco e repique.

Sem me esquecer também dos manos,

subindo a rua do "Seu Zé".

Tico, Bento, Warley, Robinho.

Valter, Ailton, Maxwell e André.

Não tinhamos ônibus pra ir a escola,

nem asfalto para andar na rua.

Tinhamos muito pouco, ou quase nada,

era a verdade, nua e crua.

Acontece que o tempo passa,

e o coração é só saudade.

Dos irmãos que já se foram

e das alegrias da mocidade.

Agora a letra é com os "menó",

que estão vindo a milhão.

Aproveitem seu momento,

mas prestem atenção.

Porque na verdade a gente passa,

é papo reto, sem maldade.

E no final, tudo que fica,

é só gratidão, é só saudade.

Nicollas Madeira
Enviado por Nicollas Madeira em 09/09/2021
Reeditado em 09/09/2021
Código do texto: T7338872
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