SOLO
de minha poucas letras no caderno a literatura
de minha não razão ao rosto encostado na poltrona a sonhar
os dias não escorrem em linha reta, escorrem os dias entre as minhas mãos
escorridos em meu corpo, transbordantes em meu sexo, desabrochados em meus poros as velhas vertigens
desmaterializada, descivilizada, rebelde essas palavras navegantes em mim
imaginemos, tenhamos o direito de irmos além de nós
além dos nós que nos foram dados
além de todos os topos do mundo
além da brutalidade da mesquinharia
além dos armados entorpecidos dos castradores
para a imortal criação de nós