“ AS CHUVAS “

“ AS CHUVAS “

As chuvas que vem do céu

em coro derramadas das

nuvem de véu não são

choros tampouco

agouros

são mel

Gotas de vida e prazer das

quais a Terra se esbanja

e se inunda pelo frescor

desta brisa que com ela

inspira o enverdecer

As vezes aos céus se veem

em curvas a dançar com

os bailarinos ventos em

um inebriante tango

insanos momentos

de querer

Ah estas águas que aos rostos

tristes regam levando consigo

suas lágrimas hidratando-lhe

todo ser enquanto cantam

outros ventos em um tom

um pouco mais alto

a esconder

O grito e da tristeza o choro

até que com ele para estas

águas cante em coro por

sem medo de dizer e de

viver permitir que suas

mágoas escorram junto

a estas águas que vieram

lhe valer

Ora veja-se deste modo agora

e reflita o rosto a poça ao

chão vendo lá os rastros

de seu choro lançados

aos ralos em companhia

de tantos embargos com os

nós que desatados soltos

trastes e a tal

sofreguidão

E ainda dizem cabelos não ter

estas águas quando em

chuvas com seus véus

vem nós envolver da

meninice aos brados

alegres molhados ou

já maduros a esvanecer

Desçam sim sobre nós preciosas

águas sob as ordens da altissonante

voz que não ouvimos a ouvidos nús

reguem nossa tez e o amor contigo

traga em forma de vida

que esta Terra por ti produz

Mostrem por mais que simplesmente

beleza que sois mais que algumas

poucas muitas águas entremeando-nos

de tua grandeza e da sabedoria que

em si a vida reluz

Molhe-me da cabeça aos pés

simplesmente isso sem que haja ao

invés de toda tua força e essência

tuas gotas que minhas pálpebras

limpem mesmo que estas águas

minhas sejam tão sinceras e fiéis

Afim de que por ti e teu frescor

seja abrandado todo calor

e haja paz

Tito Trugilho, 15 de agosto de 2021.