Vivo cantando
Canto as plantas da Caatinga
Com sua resiliência
Pois perdem todas as folhas
Pra puder sobreviverem
Ao tempo de sequidão
Que as vezes dura anos
E maltrata meu sertão
Canto o ano de inverno
Com fartura em todo canto
Flora e fauna revigoram-se
Com flores e cantorias
Que aos olhos de poetas
Traz prazer e alegria
Canto os roçados verdinhos
Com o camponês feliz
Trabalhando com vigor
Esperando a fartura
Que só entende quem foi
Um dia deste cenário
Canto as noites de inverno
Com chuva e trovoada
Riachos correndo cantando
Os sapos se alegrando
E quando o dia amanhece
Os açudes estão sangrando
xxx
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal,06.08.2021