Majestade

O tempo em sua magnitude leva.

A dor do sorriso e a felicidade do Adeus

Efêmero como são as noites.

Dono sem razão, razão sem ternura.

Se apagam os sonhos, sonhos se sonham.

Ah! O tempo...

Sua majestade.

De tudo o tempo se apodera,

Melancolias e desejos,

Vida e sobrevida, juventude e força

De nada ao vento, lembranças tardias

És o tempo fúnebre e constante

Luz que dá vida e sangue entre meus dias

De amigos a semi estranhos,

Se empodera, se desfaz, me destrói.

Ah... Tempo, tempo, temeroso tempo

Por que?

Secas as feridas, incógnito, decifra vida.

Conhecimento!

Majestade tempo do qual sou refém.

Taciturna tarde que te vi

Lembraça que o tempo afaga

Amor constante que se defaz, se erija

Sublime pudor imaturo e juvenil

Corpos, mãos, abraços nus.

De tudo és tempo, dono.

De tudo ó tempo!

Sou um mortal demasiado e incompleto.

De tudo que vossa majestade,

Apaga,

Mata,

Cicatriza,

Dela nem ao menos um segundo

Um sopro, relapso e algoz destino

Dela jamais me esqueci.

Ah tempo! Por que?