O RETRATO DA MINH'ALMA
Minh'alma é misteriosa como o arrebol
E clara como as límpidas nascentes
Seguindo o seu fluxo no caminho onde o sol
Brilha ainda mais forte com seus raios incandescentes.
Eu vivo em mim jornadas inteiras
De devaneios, sonhos, alegrias e glórias,
E de perspectivas visionárias e altaneiras
Quando eu posso admirar as minhas internas vitórias.
Eu sou o verde das árvores, outeiros e prados:
Cheio de reflexos de esperanças na liberdade
De pensar, criar, sorrir, amar, viver sem enfados...
Eu vivo para sentir o gosto de uma doce novidade.
Guardo em mim os hábitos simples e rústicos
Das vidas monásticas, das vidas silenciosas.
E possuo em mim a leveza das melodias e acústicos
Que simbolizam o despertar das manhãs mais saudosas.
Na minha'alma, há profundezas como no alto mar
E uma jovialidade como o canto das aves diurnas.
Mas também sou como um ancião no seu calmo peregrinar:
Às vezes, sem pressa para bem vivenciar as horas oportunas.