A RÉGUA DO TEMPO
O tempo,
e sua corda estendida entre o começo e o fim,
criado para medir o salto, o desejo, o medo,
os derivados dos sonhos humanos e afins,
torna o homem passageiro
entre duas estações:
a dos verdadeiros intentos
e a das ilusões...
Pergunte a quem salta no abismo
se sabe voar,
pergunte a quem voa, por lirismo,
se no abismo quer saltar...
A régua do tempo o voo mede,
e das asas o seu tamanho;
nascido, ficar parado não procede,
por isso existem os pudicos, os estranhos...
Ouço o ranger de ossos,
o ranger do trem,
alguém diz: eu posso?,
e o outro: eu também?
O relógio no teu pulso
não mede tua pulsação;
na vida, o teu recurso
é o tempo do teu coração...