ARRUMAÇÃO
Juntando a talha dos meus sentimentos
No bolorento coração cansado
Enchi dois sacos de lembranças tortas
Sapatos velhos e uma garrafa pet
Versos de amor que nunca enviei
Um abridor de lata pra canhotos
A flor marcando no livro abandono
O vidro seco de perfume doce...
Quando acabei organizando tudo
Acho que pus minha alma ali junto
Da bagunça, do entulho, arrumação
Placentas pretas de quem sou caber
Vale romper, repor de onde tirei
Cada elemento de tempo e essência
Nascer de novo, matéria e distorção