Pódio do Esquecimento

Hei de incendiar os vastos cândidos

de malícias: bens de horas males,

sorteei tanto do que queres, por que queres?

Por bem fizestes o flamejo de más daninhas,

como mal fizeste o cansaço que propago.

Dos maus vagantes ao tempo, contarei,

como um bem trocado na algibeira desbeiçada,

compro, o que mal lembro,

àquilo que consumi com o troco do cansaço para o nada;

me compõe, e diz na má caligrafia fervorosa destes versos,

que são lidos tão pavorosos como bem vestidos,

como monstros de gente que nem a gente

na retórica do ódio de uma lástima bem vivida,

daquele que venceu na vida e subiu no pódio do esquecimento.

Otávio M Alves
Enviado por Otávio M Alves em 06/07/2021
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