Pódio do Esquecimento
Hei de incendiar os vastos cândidos
de malícias: bens de horas males,
sorteei tanto do que queres, por que queres?
Por bem fizestes o flamejo de más daninhas,
como mal fizeste o cansaço que propago.
Dos maus vagantes ao tempo, contarei,
como um bem trocado na algibeira desbeiçada,
compro, o que mal lembro,
àquilo que consumi com o troco do cansaço para o nada;
me compõe, e diz na má caligrafia fervorosa destes versos,
que são lidos tão pavorosos como bem vestidos,
como monstros de gente que nem a gente
na retórica do ódio de uma lástima bem vivida,
daquele que venceu na vida e subiu no pódio do esquecimento.