Nascedouro
Pela mente do poeta
Renasce um sonhador
Nascem mulheres amadas
Brotam sementeiras de flor
E o poeta é um inventor
Ao esculpir seus versos
Tanto na alegria como na dor.
Pela boca do poeta
Há nascedouros vertentes
Que dão vida a objetos
Férteis oficinas de ardor.
No poetizar do poeta
Além de todos os afetos
Brotam iras e tempestades
Quando vê na humanidade
Todo e qualquer desamor.
Pela boca do poeta
Lançam-se chamas, coisas quentes
Versos febris, impuros, indecentes
Pueris e até inocentes
Nos casos de grande paixão.
E deste universo emana
O poder da palavra que é flama
Relicário mais que redoma
Sementeiras de criação.