SOMBRAS CHAMADAS PELO AR
Esquecer é uma questão de preferência
Do rosto do meu avô que oscila
Será desprezo ou demência?
Não lembro dele, que me foi referência.
A face de quem amamos se apaga
Afagada pouco a pouco até o nada
como linguagem de quem escolhe
Entre a nostalgia e o que nos move
Seguir adiante na jornada
Cada memória é uma alma
cuja preferência guarda
Mas o tempo, inflexível,
luta para matá-la
Cabe ao desejo enfrentá-lo
mesmo tendo desvantagem
Quem se lembra do passado
passado sem imagens
repassando
nenhuma mensagem?