A BORBOLETA
É o constante desejo
ao acaso renascermos,
sem pretensões maiores
além da evolutiva vontade
de reviver, expandir e abrir
o meu coração, preso
num casulo indevido.
E voar sem destino
tem sido apego
rumo feroz ao infinito,
pueril loucura cativa
de alguma dor
secreta e incomensurável
guardada debaixo da membrana.
As asas nascem e voamos
quando o mundo
nos mostra sua
face selvagem,
só queremos a matriz,
aquela que abandonamos,
quando envelhecemos
e cismamos nos tornar
ser rebelde e alado.