A gente morre mais um pouco.
A gente morre mais um pouco
ao final de cada domingo.
Quando lamentamos a semana que passou,
sem celebrar a que vem vindo.
A gente morre mais um pouco
quando não perdoamos falhas alheias.
É o rancor dominando nossa mente
e entupindo nossas veias.
A gente morre mais um pouco
longe daqueles que amamos.
Um pedacinho nosso distante,
cuja ausência lamentamos.
A gente morre mais um pouco
quando deixamos de sonhar.
Passamos a ser chamados realistas,
mas a alma está a ponto de quebrar.
O morrer é privilégio de quem está vivo
e esse verso não traz nada que seja novo.
Pois então abrace e beije, sejas feliz,
senão a gente morre mais um pouco.