O Filete
Leito amarelado
Bem cuidado e ensolarado
Sedia o seu descanso, bem guardado
Tegumento fragilizado
Senhorita, bem amada
Me envolve em seu cuidado
Chego a ti, mal-amado
Queixo-me de dias cinzentos
Do alento frio e azedo
Dissolvendo-se em meus dedos
A cada instante que o meu hoje
Passa a se chamar ontem
Dou-lhe a mão
Peço-lhe a benção
Apazígue esta emoção
Acalme esta tormenta
Que rouba ou meu direito de ser
São
Você alisa este braço
E reafirma este laço
Tão amarelo quanto março
Enche de vida, tudo o que eu faço
Meu tegumento, alimentado por seu astro
Amor, tão vasto
Teu canto de esperança, tão casto
Afugenta tudo o que há de mais
Nefasto