Ano passado

Eu odeio o mundo - não da terra - dos homens.

Eu repugno a vida - não da criação - do toma lá dá cá.

Eu desprezo a conquista - não de vitória - de vidas roubadas.

Eu escarro à liberdade - não do ser livre - da insanidade.

Eu execro a cor - não do negro, do branco - do racismo, da discriminação.

Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro,

Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro.

Presentimente eu sou um sujeito de sorte.

Vários corpos

Diversas leituras

Uma mesma tinta no sangue

Para a mesma pintura em molduras diferentes.

Charles Costa
Enviado por Charles Costa em 09/06/2021
Reeditado em 12/09/2021
Código do texto: T7275050
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