Ano passado
Eu odeio o mundo - não da terra - dos homens.
Eu repugno a vida - não da criação - do toma lá dá cá.
Eu desprezo a conquista - não de vitória - de vidas roubadas.
Eu escarro à liberdade - não do ser livre - da insanidade.
Eu execro a cor - não do negro, do branco - do racismo, da discriminação.
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro,
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro.
Presentimente eu sou um sujeito de sorte.
Vários corpos
Diversas leituras
Uma mesma tinta no sangue
Para a mesma pintura em molduras diferentes.