Roubada de mim!
Você me roubou de mim, mas quando interrogada
Disse perante Vossa Excelência e os presentes que não me ameaçou
Que não usou de violência
Nem de morte me jurou, então Vossa Excelência meignorou!
Diante dos presentes
Expressei-me com veemência
Excelência, ele não usou armas de fogo, nem armas brancas.
E só isso seria caracterizado como violência ?
E se me roubou a paz
E se me roubou a alegria
E se desdenhou de mim
Porque de mim abdiquei
E se ficar provado Excelência
Que foram danos extrapatrimoniais
Que não levou nada de valor pecuniário
Mas levou-me a vida
Roubou-me de mim
A minha essência
Convencer-te-ia que levou todo meu ouro?
E toda minha prata?
Porque não eram eles objetos tangíveis
Mas imateriais
E não precisou usar de agressão porque a maior forma de violência
É aquela cometida contra o indefeso
E assim estava meu coração indefeso e vulnerável
Como um domicílio desabitado!
Ele de tudo se apropriou
Porque não havia indícios de ocupação
Era como um território sem proprietário
E se eu te disser Que a legítima proprietária sou eu?!
Que tenho testemunhas
E tudo documentado
Está no cartório de registro de imóveis desta comarca!
Que embora até sua alma ousaram levar!
Vive a proprietária que deseja seu coração resgatar!
Posto isso,
Pede e espera deferimento!