Três - Fructidor

Convertem-se em mapa

versos ancestrais

confiados ao filho da História,

neto da filosofia.

E ele deixa-se guiar,

olhos voltados para a alma

e coração para a vida.

Então vai

trocando os suaves violinos

pelas harpas, liras e alaúdes.

Segue a voz da liberdade,

um presente secular o espera...

mais do que areia e ouro,

amanhã muito além das miragens,

encontrará frutos de um ontem de mistérios,

sementes protetoras do porvir.

É hora...

As pirâmides o recebem.

Ele saúda e apresenta os séculos,

ama o Tempo

e por ele é fraternalmente abraçado.

A pedra, Roseta de mil faces e enigmas

o pressente e admira.

Existe um Tudo

apenas desvendado pelos sábios...

mestres, nobres pares, seus iguais.

Sim, também haviam tolos

ocultos nas soleiras das dunas e da existência...

Pobres nutridos pela ambição,

que só viam em seus passos, poder e fronteiras.

Mas quando a verdade se apresentou

os mesquinhos viram mas não reconheceram

o que paira acima de qualquer vulgaridade.

Lutaram e "conquistaram" o peso.

E bêbados de vanglória

voltaram a seu covil.

Enquanto o herói

sorrí e recebe as graças das luzes imortais.

Mostra-se plenamente Honrado.

Conduzido então pela eternidade

um novo caminho se apresenta...

Feito da fina renda formada pela união

de potentes e refinadas virtudes.

* FRUTIDOR (Mês pertencente ao Calendário Revolucionário Francês que vigorou de 22 de Setembro de 1792 à 31 de Dezembro de 1805) - 18 de Agosto à 20 de Setembro, época dos frutos.

Ana Luiza Lettiere Correa
Enviado por Ana Luiza Lettiere Correa em 07/06/2021
Código do texto: T7273526
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