Virtudes Revolucionárias

Envolta em mistério

a História seguia,

orgulhosa de sua missão.

O Tempo vinha à frente,

com seu incansável lema: “Ensinar,

forjando com ideais e lutas,

mestres e guerreiros.”

Desde sempre foi assim...

E a ela, cabia testemunhar,

reconhecer e homenagear no Livro das Eras,

os heróis de cada época.

Hoje,

ancestral inspiração vem confessar,

memórias solenes

da sublime raridade do dia

em que essa inseparável amiga do Tempo,

comoveu o destino.

Ao ver corpos e almas como que enfeitiçados,

estranha e voluntariamente oprimidos,

ela chorou...

E suas lágrimas invocaram a liberdade,

despertando um novo início,

combatendo a brutal escuridão.

O Universo assistiu com surpresa

um colossal choque de energias opostas,

por um breve momento houve um sussurro de caos...

Porém, a cada segundo

mais vibrações de amor se reuniam, e assim,

a estagnação dos sonhos finalmente foi quebrada.

Depois veio o silêncio...

e, tranquila e rapidamente,

um raio de justiça rasgou o firmamento,

traçando a preciosa passagem para uma Luz poderosa,

há muito exilada.

Num relance ressurgiram as virtudes,

amazonas invisíveis, guardiãs da harmonia,

lançando um irresistível sopro de coragem

que tocou toda humanidade.

Esplendorosa,

uma nova aura de confiança pairou sobre o mundo,

conferindo genuína vida à terra.

Filósofos, poetas e sonhadores

despertaram de um venenoso sono

e com suas letras tombaram fronteiras,

unindo cidades e campos.

Hinos de alegria abraçaram continentes inteiros,

destemidos, se fizeram ouvir além dos oceanos.

Novamente, a esperança era consolidada pela fraternidade!

A Sabedoria,

soberana dos ares,

amparou o reinado dos indomáveis vôos pelo horizonte,

altaneiros defensores do pensamento.

A Honra então, se aproximou sorrindo,

senhora não de uma multidão,

mas de uma sociedade.

Saudava a vitória,

tocando os ombros de todos com sua mística e generosa espada.

O ciclo evoluía,

a humanidade herdava da História méritos já conquistados

e a responsabilidade de nunca mais se render à qualquer tipo de escravidão,

seja ela, física, intelectual ou emocional.

Firmando com o Universo o compromisso de zelar

pela própria essência.

Fazendo por merecer a grande dádiva

concedida pela História,

a eternidade.

Ana Luiza Lettiere Correa
Enviado por Ana Luiza Lettiere Correa em 05/06/2021
Código do texto: T7272123
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