Longínquo tempo

Longínquo tempo.

A neve cobria a estrada.

Meus passos ficavam marcados.

Eu andava apressado.

Corria e ria…

Não sentia o frio que cortava meu rosto e mãos descobertos…

Não importava se era o frio da neve ou o calor do deserto.

Tinha você por perto.

Hoje estou só.

Não chove, nem venta.

Não neva também.

As ondas espreguiçam-se languidamente pela areia…

Uma vela lá longe tremuleia…

Ando.

Vagarosamente.

Não deixo marcas na areia.

A água do mar se encarrega de tudo apagar.

Não quero mais marcas.

Comecei a ter medo.

Já não sorrio… não rio mais.

Minha alegria ficou perdida há tanto tempo…

Minha alegria está tão lá atrás.

Há um tempo iniciei a saga de esconder…

E assim, confesso, tenho conseguido sobreviver.