Os recônditos de uma luta

Carrego dentro de mim, grilhões da última estrada

Os males que vi neste espaço de Lua quebrada em sombras

São dores que nunca senti na escuridão de meus atos

E os rápidos foguetes acesos são como esperança nas ondas

No meu peito ingênuo de ardente flor do deserto

Transbordo todas as silhuetas que o mundo insiste em desenhar

Como um relâmpago perto de grandes reflexões

Eu caminho com as flores de orquídeas que vieram do mar

Carrego mil estações nos passos do humilde tempo

E aprendo que o amor é que faz parte de tudo

Mesmo calado e com feridas que o breve áspero vento

Fez de meus gritos, aromas, suaves palavras mudas

Eu encaro, esta labareda de sinais em alarmes do sol

Como estrela cadente, navego no infinito da luta

Pela vida não vivida , pelas luzes que persigo, só...

Num entrelace de disputa

Em que o jogo da vez é ser de si próprio

Um pianista que sabe perder todas as notas de sua alma.

Lucilene Nobre
Enviado por Lucilene Nobre em 03/06/2021
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