Não sei
Não sei
Eis a resposta angustiante
Ao grito de por que em doloroso espanto
Diante do inexorável que na vida é lei
Mergulhar nas reflexões no entanto
É tentativa de suavizar o pranto
É necessário neutralizar a dor
Mesmo admitindo que os mistérios vão além
Que as conjecturas permanecem aquém
Das inesperadas e inerentes vicissitudes
Inúmeras são as teorias
Argumentos cheios de razão
Contudo o que se tem
São vazias alegorias
A explicar o que não tem explicação
Cabe então só as almas puras e sadias
Livres de qualquer hipocrisia
Sem arrogância e sem covardia
Não se eximir da eloquente sabedoria
Que outra resposta não daria
Se não a que tanto angustia
Não sei...