Iguais

Viemos ao mundo para um pouco aprender,

Chorar não adianta,

Vai precisar se conter.

Será que te escolhem?

Ou vão jogando pra ver?

É sorte ou destino?

Quem aponta pra onde nascer?

Trazemos valores,

E outros são nos passados,

Sentimos as dores,

Mesmo com corte curado,

Caixas de horrores,

Que nos limita, trancados,

Mas mira nas flores,

Que envolve tudo ao seu lado.

É fome,

Miséria,

Ganância e destruição,

Se algo limita,

Seremos contravenção,

É guerra,

É droga,

É muito,

Tanta opção.

E o sol tá lá fora,

Tão simples,

Só brilha,

E o humano,

Busca a escuridão.

Iguais são robôs padronizados,

Leais,

Programam as mentes,

São só sorrisos,

Sem "ais".

São todos perfeitos,

Estão com seus manuais,

Diferente é vírus,

Cuidado,

Pensam por si,

São letais.

Rótulos expostos em outdoor,

Escolhe a porta,

Entra.

Mesma música,

Mesmo olhar,

Mesma droga a entorpecer.

Mesmo rastro,

Mesmas caras,

Mesmo ódio a crescer.

Mesmo julgo,

Mesma raiva,

É sentença sem prender.

Alimenta a tua fome,

Sem ao menos perceber.

E os iguais que te governam,

Querem mais iguais a você.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 22/05/2021
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