Ali eu era o menino

Muros e cercas não me limitavam,

Telhados me faziam chegar ao céu,

Coragem e decisões rápidas,

Navegava em um barquinho de papel.

O perigo sempre rondava,

Coisa inventadas,

Nunca ao léu,

A cada desafio,

Uma escolha,

Enfrentava o perigo,

Esgueirando à aba do chapéu.

Ali eu era o menino.

Hoje me aprisiono ao conforto da casa,

Paredes limitam,

Coragem empoeirada,

Acobertada por um véu,

Desafio é manter-se vivo,

Aguardando a próxima cobrança em papel.

Medo que mata a esperança,

Vitória da insignificância,

Ganha e ergue o troféu,

Responsabilidade limita a criança,

Nos aproxima do inferno,

Nos afasta de anjos do céu.

Hoje, eu o homem.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 17/05/2021
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