Tabuleiro

Histórias são apagadas,

Silêncio quer insistir,

Àqueles que não faz nada,

Votos de vida feliz.

Picanha tá fatiada,

Abate de um infeliz,

Diabo devora a carne,

Fazendo o que sempre quis.

Piadas não tem mais graça,

Morte mexe com o show biz,

Calados usam palavras,

Tarde,

Mas antes tarde do que nunca,

Como se diz.

Visibilidade enlatada,

Dança,

Esta feliz?

Viva seu conto de fadas,

Olhe só para o seu nariz.

Um povo que pede socorro,

Há chaga e cicatriz,

Salva vida se exibe por notas,

Como mera meretriz.

Afinal,

"Tudo é pra ontem",

É não, foi.

Pois vidas não voltam,

Fome que o olhar ignora,

Ontem já foi,

Preciso agora,

Vivo gritando,

Palavras são prantos,

Revolta que ponho pra fora.

Se posicionar,

Perde audiência,

É visto por onda sonora,

Seus seguidores,

Suas preferências,

A paz que deseja,

Se isola.

O jogo é decidido no tabuleiro,

No xadrez mobiliza cada pião,

Da baiana,

Adiciona tempero.

Olhos procuram a luz,

E a mente em desespero,

Uma liderança que nos conduz,

Ao penhasco,

Desfiladeiro.

A bênção ó Pai Ogum,

Acorde nossos guerreiros.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 13/05/2021
Código do texto: T7254471
Classificação de conteúdo: seguro