Tabuleiro
Histórias são apagadas,
Silêncio quer insistir,
Àqueles que não faz nada,
Votos de vida feliz.
Picanha tá fatiada,
Abate de um infeliz,
Diabo devora a carne,
Fazendo o que sempre quis.
Piadas não tem mais graça,
Morte mexe com o show biz,
Calados usam palavras,
Tarde,
Mas antes tarde do que nunca,
Como se diz.
Visibilidade enlatada,
Dança,
Esta feliz?
Viva seu conto de fadas,
Olhe só para o seu nariz.
Um povo que pede socorro,
Há chaga e cicatriz,
Salva vida se exibe por notas,
Como mera meretriz.
Afinal,
"Tudo é pra ontem",
É não, foi.
Pois vidas não voltam,
Fome que o olhar ignora,
Ontem já foi,
Preciso agora,
Vivo gritando,
Palavras são prantos,
Revolta que ponho pra fora.
Se posicionar,
Perde audiência,
É visto por onda sonora,
Seus seguidores,
Suas preferências,
A paz que deseja,
Se isola.
O jogo é decidido no tabuleiro,
No xadrez mobiliza cada pião,
Da baiana,
Adiciona tempero.
Olhos procuram a luz,
E a mente em desespero,
Uma liderança que nos conduz,
Ao penhasco,
Desfiladeiro.
A bênção ó Pai Ogum,
Acorde nossos guerreiros.