Roseiral

Quando despertei desses sonhos 

que a gente acorda em silêncio

a rosa disse: Levante, Otávio, sem delongas!

Eu que pouco fiz, pouco senti, pouco deixei

eu que tantas vezes me formei tão pouco

deixei tão pouco de sorrir... E a rosa tão afirmativa

corada no jardim retruca: ande, ande! 

No seio da amada, bebo vinho, ouço jazz

rosas e meus desejos que sem ti não ouço

não mais, apesar que, ouviria por um momento

ao virar constantemente o disco de poucas músicas

tão valiosas que vale a pena

ou até mesmo a sentença.

Os olhos de rosa brilham.

Apesar que o brilho faz parte de mim

os olhos também, e toda poesia

contradição com o codinome rosa

beleza que propaga-se.

Ó rosa que tantos desejam

deleitar de vossa decapitação

da morte lenta e tão inevitável.

Preciso que continue seus berros

como versos de uma cantoria grega.

Medeia, provoque-me!

Senão serás entregue ao primeiro sorriso 

do primeiro psicótico de sua perspectiva.

Continue, pois és bela!

Sendo bela 

em quaisquer circunstâncias,

as vozes do roseiral geram harmonia.

Otávio M Alves
Enviado por Otávio M Alves em 11/05/2021
Reeditado em 12/05/2021
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