Roseiral
Quando despertei desses sonhos
que a gente acorda em silêncio
a rosa disse: Levante, Otávio, sem delongas!
Eu que pouco fiz, pouco senti, pouco deixei
eu que tantas vezes me formei tão pouco
deixei tão pouco de sorrir... E a rosa tão afirmativa
corada no jardim retruca: ande, ande!
No seio da amada, bebo vinho, ouço jazz
rosas e meus desejos que sem ti não ouço
não mais, apesar que, ouviria por um momento
ao virar constantemente o disco de poucas músicas
tão valiosas que vale a pena
ou até mesmo a sentença.
Os olhos de rosa brilham.
Apesar que o brilho faz parte de mim
os olhos também, e toda poesia
contradição com o codinome rosa
beleza que propaga-se.
Ó rosa que tantos desejam
deleitar de vossa decapitação
da morte lenta e tão inevitável.
Preciso que continue seus berros
como versos de uma cantoria grega.
Medeia, provoque-me!
Senão serás entregue ao primeiro sorriso
do primeiro psicótico de sua perspectiva.
Continue, pois és bela!
Sendo bela
em quaisquer circunstâncias,
as vozes do roseiral geram harmonia.