Pane no Sistema

Eu falo muito de mim,

Também um pouco de tudo,

Mas aqui nada define,

Me julgam louco,

Vagabundo.

Da tua história não sei,

Carrego um fardo absurdo,

Sou prisioneiro do passado,

E réu confesso do futuro.

A minha vida em existência,

É resistência contra tudo,

Se o que faz certo é errado,

Não serei eu que te julgo.

Provoco falhas nos controles,

E dou pane no sistema,

Construo um caos absurdo,

Crio e aponto os problemas.

Socializo as palavras,

Capitaliza o esquema,

Bato de frente com a fome,

Desigualdade é seu lema.

A minha mente trabalha,

Usa papel e caneta,

Tenho a fé como escudo,

Cada palavra, um edema.

Querem calar,

Amordaçar,

Usam de força extrema.

E a razão,

Querem empurrar,

Assim não há dilemas.

Gente que vive apoiando,

Porrada,

E algema.

Tantos que choram os seus mortos,

Rogamos por forças supremas.