ONTEM AINDA É HOJE
Acordei em cólera comigo mesmo.
Estou pensando demais para a pequenez,
Essa que se arrasta para além...
... Da minha cama! e desaba no chão.
Bom mesmo seria a dor física ensinar melhor.
Que dor? Eu não sinto nenhuma dor,
Ao menos não quando estou afagado
Por essa mania de minha rispidez.
Outrora despir-me de minhas controvérsias.
Sou livre para pensar e existir na prisão
Onde colocaram desandares propícios,
Que se coloca ao filme rebobinado da fita,
Pertinente breu da visão desapegada e ínfima.
E a coruja traz com seu canto sombrio nas noites
Quentes como só o Nordeste oferece,
Desobediente como só quem amanhece acordado
É capaz de de compreender essas peripécias.
Desdém a si de todos os outros inquietantes
Jogos de azar para quem deseja vencer o universo.
Sou o pedaço ambíguo da contundente visita,
Chamada vida em suas entrelinhas expostas.
Em fraturas adocicadas remetem ao sabor amargo
Da ausência de dores, significativas apostas.
E de morte em morte nascem flores exuberantes.
No ponto final das descobertas interiores,
Serei o reflexo demagógico das frequências
E restabelecerei o universo vencido no meu peito.
Na procura profana de almejar ser poeta aberto
Ao incólume desabar de desistir sob o impossível
Amargo das estribeiras monocromáticas, e outras,
Quiçá repletas dos contrastes das cores.