ONTEM AINDA É HOJE

Acordei em cólera comigo mesmo.

Estou pensando demais para a pequenez,

Essa que se arrasta para além...

... Da minha cama! e desaba no chão.

Bom mesmo seria a dor física ensinar melhor.

Que dor? Eu não sinto nenhuma dor,

Ao menos não quando estou afagado

Por essa mania de minha rispidez.

Outrora despir-me de minhas controvérsias.

Sou livre para pensar e existir na prisão

Onde colocaram desandares propícios,

Que se coloca ao filme rebobinado da fita,

Pertinente breu da visão desapegada e ínfima.

E a coruja traz com seu canto sombrio nas noites

Quentes como só o Nordeste oferece,

Desobediente como só quem amanhece acordado

É capaz de de compreender essas peripécias.

Desdém a si de todos os outros inquietantes

Jogos de azar para quem deseja vencer o universo.

Sou o pedaço ambíguo da contundente visita,

Chamada vida em suas entrelinhas expostas.

Em fraturas adocicadas remetem ao sabor amargo

Da ausência de dores, significativas apostas.

E de morte em morte nascem flores exuberantes.

No ponto final das descobertas interiores,

Serei o reflexo demagógico das frequências

E restabelecerei o universo vencido no meu peito.

Na procura profana de almejar ser poeta aberto

Ao incólume desabar de desistir sob o impossível

Amargo das estribeiras monocromáticas, e outras,

Quiçá repletas dos contrastes das cores.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 05/05/2021
Reeditado em 17/09/2021
Código do texto: T7248436
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