Versos Largados
Eu tenho versos largados por aí
De dias turvos, noites frias, anos tristes
Em cada letra um pedaço de quem fui
No papel branco, o eu que ainda não existe
Eu tenho versos que soltei ao vento forte
Enquanto andava sob a chuva congelante
E elevados as alturas das estrelas
Mesmo sem vê-los, sei que ainda me pertencem
Eu tenho versos colados nos bancos velhos
Daquelas praças que são feitas pra pensar
Onde o tempo não é coisa importante
Só os meus versos sempre prestes a escapar