A partida de João
Nossa vida não passa de um sopro, é exatamente isso que ouço da religião à filosofia,
do momento em que nascemos até o derradeiro dia, esse é o interstício em que vivemos a escrever a nossa biografia,
Umas são longas, belas e cheias de contos, repletas de personagens, histórias de passagens e de tantos reencontros,
Outras são demasiadas estreitas, histórias de dores e amizades desfeitas, vidas mal vividas longe de serem perfeitas,
O que se pode afirmar sem medo de errar, é que o que fazemos aqui por toda a eternidade, por meio do amor e amizade, irá ecoar,
Quem poderá explicar por que partem cedo ou tarde, sem nenhum alarde que pudesse nosso coração preparar,
aqueles que ficam com o peito cheio de pesar, e viverão dali em diante com o alento de apenas poder recordar,
De pessoas como João, sempre a estender a mão, menino simplório que trazia sempre um repertório de piadas "sem graça",
Não há homem de bem na praça que não o guardará pra sempre no coração, lembrando dele em sua essência, pois ele era pura decência, companheiro e brincalhão.
Dizem que Deus chama os bons mais cedo, e acho que por isso não tenho tanto medo, pois se ele levou dentre nós um dos melhores,
não há razão para que chores, qual seria a pressa dele agora, em antecipar a nossa hora, afinal,
não podemos interferir, pois João acabou de chegar e ele não vai descansar até fazer o céu inteiro rir.