Da Sanidade à Loucura.
Até onde vai a razão?
Qual o limite para a loucura?
Vivo nessa corda bamba,
Ventos, às vezes me empurram.
Exercer a sanidade,
Nesse mundo de torturas,
A pressão para o enquadramento,
Não retrata a estrutura.
Retrato do que se vê,
Não revela a arquitetura,
Se a base é em areia fina,
Escancara-se as fissuras.
Loucos performáticos,
Ou normais sem ter postura?
Dizem a que vieram,
Rompem qualquer ditadura.
A sanidade observa,
Loucura vai e derruba,
Juízes da vida alheia,
Analisam sua conduta.
São ritos da vaidade,
Estar bem é ter fortuna,
Ter um carro,
Roupas novas,
Ter estilo,
Assim não te julgam.
Eu sou pobre,
Maloqueiro,
Ando a pé,
E de bermuda,
Réu confesso,
Sem apelo,
Um louco,
Que a sanidade perturba.