Quando é que será?
Não tarde o amanhecer
Essa noite escura
Que amedronta a
Criança que mora
Aqui dentro
Que traz o vento
Tão frio
Cantando pelos
Telhados distantes
Num vale de lágrimas
Um céu escuro
Sem lua
Onde estrelas são
Sentinelas distantes
Das ruas quietas, vazias
Onde choro
Pela ausência
Dos que foram ceifados
Pelo sinistro
Algoz com sua coroa...
Ah, que isso
Não perdure mais...
Que brilhe o sol
Do distante amanhã
Quando é que será?
Que eu possa
Ver dessa minha janela
Luz dourada
Derramando na serra,
Invadindo os quintais
Seu calor
Alegrando as ruas
Coloridas de novo
E toda gente
Se abraçando em festa
É a vida querendo viver,
O sonho querendo sonhar
São meus olhos pesados
Cansados
De tanto chorar
E assim essa noite
Que cisma em durar
Vai vencendo o meu sono
Mas insisto,
Preciso sonhar
E aos poucos
Um novo amanhã
Vai surgir
As flores voltarão a abrir
Então o passado pesado
Irá para sempre dormir...