Não posso, não consigo

Não consigo alcançar a lua

Não posso capturar o vento

Não consigo me partir em duas

Nem pausar um momento

Não posso explicar tudo

Não sei controlar o tempo

Não consigo abraçar o mundo

Nem ignorar o silêncio

Não posso enganar a morte

Nem mensurar um sentimento

Eu não sou dona da sorte

Nem posso ler pensamentos

Tudo mudou de forma

Tudo parece errado

Não consigo retomar o caminho

Nem me redimir dos pecados

Não sei se consigo ainda

Não consigo andar pra trás

É que metade do dia...

Eu quase não me reconheço mais

Cativa dos meus demônios

Não sei se consigo sonhar

Ou me perceber num sonho

Antes de acordar

Não posso me fazer de louca

Nao tenho o poder se voar

É que a minha alma grita

Mas a boca teima em sussurrar

Não consigo desafazer o passado

Não posso dizer sempre "não"

Nem consertar o que foi quebrado

Já tentei colar meu coração

De mil formas, tudo errado

Não posso aliviar a saudade

Nem fugir de mim

Não consigo amar pela metade

Nem prever a chegada do fim

Já cansei de fazer minha vontade

Agora não posso mais me isolar

Já mudei de cidade

Mas nunca encontrei um lar

De mil formas, tudo errado

Não sei como moldar um sorriso

Nem como parar de chorar

Ainda que eu continue fugindo

Não sei como tudo vai terminar

De mil formas, tudo errado

Eu ainda tenho medo

Pq não sei quem preciso ser

Não posso viver de segredos

Não consigo fazer parar de chover

Me despedi do sol faz tempo

E matei suas lembranças

Tanta dor aprisionada aqui dentro

Não encontrei mais esperanças

De mil formas, tudo errado

Eu sou só isso e nada mais

Um poema não terminado

A vontade de ser paz

Quando tudo escurecer

Grécia
Enviado por Grécia em 03/04/2021
Código do texto: T7222660
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.