NAS BORDAS DO QUADRADO

Eu sou talvez quem sabe quase este quadrado

Por muitas vidas que andei tão isolado

Ouvindo Bach meio barroco deslumbrado

Ainda que um pensamento me martele

Minha cabeça que parece um arvoredo

De minha alma que se acorda sempre cedo

Deste relâmpago do qual nutro muito medo

Sou o que resta o que sobrou de minha pele

Ao longe eu ouço um abafado estampido

Meu coração que teve um fim tão merecido

Por desejar um coração talvez perdido

Por desejar todo o amor que se revele

Não sei se saio finalmente deste engodo

Perpetuando-me qual mais um visigodo

Retiro a minha vida deste imenso todo

Pelo amor que de minha entranha se expele

Vou partilhar o meu sublime conteúdo

A minha eterna poesia que é um tudo

E gritarei até que o grito fique mudo

Teu nome, forte...

Que não existe além das bordas do quadrado

Efejota Brasil
Enviado por Efejota Brasil em 01/04/2021
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