Entrelinhas

As palavras me deixaram e o silêncio invadiu até o meu corpo, tentei persegui-las, inutilmente me entreguei a elas e não estavam nem dentro de mim.

A poesia escorreu selvagemente através daquelas lágrimas que escorriam, solitárias.

O medo escancarou rompendo a fechadura, gritou desgraçadamente alto e aterrorizou com sua voz.

As palavras desceram pelos vãos dos buracos dos tijolos, não soube o que fazer porque pareciam se repetir.

Ah! Doces palavras, preciso senti-las de algum modo! Pensei em detê-las mas saiam por todos os lados e me preocupou a falta desordenada de controle.

Devolvam as minhas histórias, não tão belas, devolvam o meu ar as vezes leve.

Por que insiste a falta delas? Elas só se foram e carregaram o céu, me deixaram nuvens brancas e passageiras.

A poesia tremeu diante dos meus olhos, supliquei por qualquer pedaço dela porém ela se escondeu e eu teria que busca-la por aí.